Salário Emocional: O que é? Como Calculá-lo e Promovê-lo dentro da Tua Empresa
22:00:00Elaborado por Aurio Sebastião, Msc. Ciências do Trabalho e Relações laborais
Por que as pessoas
trabalham? A resposta mais óbvia, é claro, é pelo dinheiro. Mas, além da
remuneração, existem também outros elementos que podem aumentar ou diminuir a
satisfação de uma pessoa no trabalho e que fazem parte do seu "salário
emocional".
Vivemos uma época cada
vez mais complexa e difícil de definir estratégias para motivação dos
colaboradores em contextos organizacionais e não só. As relações de trabalho
são cada vez menos determinadas apenas pelo fator salário, compensações e benefícios
financeiros. Com a pandemia e seus efeitos no mundo do trabalho, há uma
crescente preocupação em estudar e analisar, a nível das ciências das emoções,
gestão do pessoal e do bem-estar dos trabalhadores, os aspectos não
quantificáveis, no caso, o estado emocional das pessoas em contextos laborais,
como forma de atrair e reter talentos e competências.
Neste sentido, o salário
emocional, surge como aquele que não aparece nas folhas de remuneração, nada
tem haver com os benefícios ou prémios monetários, e são cada vez mais
valorizados por parte daqueles que vendem ou cedem a sua força de trabalho e
pelos empregadores preocupados com a qualidade do serviço prestado através da
garantia da do bem-estar físico, social e emocional dos seus colaboradores.
Existem alguns estudos avançados, como da mexicana Marisa Elizundia, especialista em recursos
humanos, que nos podem orientar neste sentido, como «horário
flexível, o trabalho à distância ou teletrabalho, seguros de saúde, benefícios
sociais em relação à educação dos filhos, espaços de lazer dentro das empresas,
ajudas com pagamento de formação, entre outros benefícios, são exemplos das
retribuições não financeiras que não aparecem na folha de vencimento, mas fazem
parte do salário emocional».
O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) avalia o índice de
bem-estar da população, defende a ideia de salário emocional como um
complemento ao salário que é oferecido pela empresa, relacionado com aquilo que
o dinheiro não pode comprar. Ou seja, falamos de salário emocional quando nos
referirmos às vantagens que as empresas oferecem aos seus funcionários para
melhorar os seus níveis de satisfação no trabalho, sem que isso signifique
realmente um aumento salarial.
Havendo vários factores
que, direta ou indiretamente, influenciam o bem-estar no trabalho, há dois que
o e-konomista destaca como sendo de particular importância: o ambiente de
trabalho e a atenção dada ao funcionário pela empresa. «Este tipo de salário
reduz a rotatividade dos profissionais, aumenta a sua eficiência e é também um
factor fundamental na retenção e captação de talentos.»
Surgi-nos uma questão
fundamental, se o salário emocional não é quantificável, como podemos calcular,
para devidamente se promover?
De acordo com o site,
e-konmista, existem cinco aspectos a ter em conta no cálculo do salário
emocional:
1. Equilíbrio entre carreira profissional e vida familiar, o poder
usufruir de um horário flexível para trabalhar, ou até executar as tarefas a
partir de casa, permitindo mais disponibilidade para, por exemplo, acompanhar
os filhos.
2. Compensações para além do salário, compensações que, ainda que
não sejam monetárias, podem contribuir para o bem-estar dos colaboradores e até
mesmo ajudá-los a poupar dinheiro na aquisição de serviços. Alguns exemplos:
Seguros de saúde, inscrições em ginásios, creche, infantário ou atividades
durante as férias escolares, formação profissional ou cheques-desconto são
algumas das compensações que deve ter em conta ao calcular o seu salário
emocional.
3. Progressão na carreira, oferecendo oportunidades reais de
progressão de carreira, indo ao encontro das ambições dos colaboradores.
4. Formação contínua, elaborar um plano de formação contínua para
melhorar as competências técnicas adequadas à função dos colaboradores e, por
consequência, ter melhores condições de trabalho. Fomentar a aprendizagem de
coisas novas que possam enriquecer os colaboradores também em termos pessoais é
igualmente valorizado.
5. Bom ambiente de trabalho, acreditar na missão da empresa e todos
partilharem da mesma cultura empresarial, faz com que sejam criados laços de
confiança entre colegas e fazer parte de uma boa equipa de trabalho é um factor
determinante para que os colaboradores se sintam realizados no seu emprego.
O mesmo
site identifica-se ainda 10 formas de promover o salário emocional.
- Facilidade
de comunicação entre colaboradores e superiores;
- Programas de
desenvolvimento de carreira;
- Actividades de team
building;
- Programas de lazer
que incluam as famílias dos colaboradores;
- Transparência em
relação aos objetivos da empresa;
- Flexibilidade na
rotina organizacional;
- Actividades em datas
comemorativas;
- Programas de
formação;
- Avaliações
objectivas e directas;
- Reconhecimento e
feedback positivo.
Um mundo competitivo, o
salário emocional, para muitos mercados é definido como valor diferencial
competitivo para atrair e reter os melhores quadros. Ignorar este factor
fundamental é se colocar na traseira na gestão do desenvolvimento das
competências individuais e organizacionais.
Concluímos que, embora o
salário económico continua sendo a base dos vínculos laborais, é de todo
imprescindível termos em conta outros componentes que influencia
significativamente na atração e manutenção das relações de trabalhos e que não
são passíveis de serem mensurados pela métrica financeira. É fundamental
investir em ambientes de trabalho propiciem a valorização mútua e o crescimento
profissional e pessoal dos trabalhadores, pois os resultados são seguramente
enormes para empresa.
Fonte: Salário emocional: quando o dinheiro
não é tudo (e-konomista.pt)
Os 10 fatores que definem o ‘salário
emocional’ - BBC News Brasil
SÍNDROME DE BURNOUT: O QUE É, PRINCIPAIS SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO
04:20:00A síndrome
de Burnout (ou Síndrome do esgotamento total)
é um distúrbio psíquico causado pelos altos níveis de estresse e pelo estado
emocional desequilibrado, desenvolvidos a partir de condições de trabalho
desgastantes. Em outras palavras, a síndrome de Burnout é
causada por exaustão
extrema (física ou mental) e estresse, e a principal causa da doença é o
esgotamento profissional, ou seja, o excesso de
trabalho.
Como surge a
síndrome de Burnout
O distúrbio é mais comum em profissionais
que atuam constantemente sob pressão, em longas jornadas de trabalho, em
ambientes de competitividade ou de grande responsabilidade. Desta forma, a
síndrome de Burnout acomete com mais frequência a médicos, professores,
policiais, jornalistas e demais profissionais que enfrentam dupla jornada.
Alguns dados sugerem que, atualmente,
aproximadamente 40% dos profissionais desenvolvem altos níveis de estresse. O
profissional precisa demonstrar c
onstantemente um elevado grau de desempenho, e
mede sua autoestima pela capacidade de sucesso e de alcançar conquistas. Há uma
necessidade de se afirmar, de ser sempre o melhor. E a sua satisfação termina
quando seu talento e desempenho não são reconhecidos.
Nestas condições, estes objetivos se
transformam em compulsão, até que o organismo entre em colapso. A pessoa começa
a sofrer com problemas psicológicos, desgaste físico e exaustão, e os sintomas
começam a surgir por conta do acúmulo de tarefas, pressão, exigências e
responsabilidades proporcionadas pela grande demanda de trabalho. Por isso, é
tão importante que se combata a ideia de que os problemas profissionais são
oriundos de falhas pessoais ou incapacidade, mas sim de um problema
organizacional.
É muito comum que as pessoas confundam a
Síndrome de Burnout com o estresse. Na verdade, ocorre que os sintomas do
estresse constante estão presentes na Síndrome de Burnout. Em outras
palavras, a síndrome de Burnout é uma consequência do estresse crônico.
A principal característica da síndrome de
Burnout é o estado de exaustão e tensão emocional desequilibrada, provocada
por condições de trabalho física e emocionalmente desgastantes. O
estresse, por sua vez, é uma reação do corpo a situações de ameaça.
Trata-se de um “estado de alerta”, uma resposta biológica normal para nos
proteger em momentos de risco.
Estágios da
síndrome de Burnout
- ♦ Dedicação intensa
e descontrolada ao trabalho;
- ♦ Descaso com as
próprias necessidades pessoais, como dormir, comer ou sair com os amigos;
- ♦ Fuga de conflitos:
a pessoa percebe que as coisas não estão bem, mas não enfrenta os
problemas. É neste estágio que começam a surgir as primeiras manifestações
sintomáticas físicas;
- ♦ Reinterpretação de
valores: coisas como lazer, amigos, familiares e vida social começam a
perder seu valor;
- ♦ Negação dos
problemas: a pessoa se nega a aceitar que tem problemas e começa a se
afastar dos círculos sociais;
- ♦ Recolhimento e
aversão a socialização: a pessoa se recusa a comparecer a reuniões e evita
diálogos, perdendo a vontade de sair de casa;
- ♦ Despersonalização:
há momentos em que a pessoa não se reconhece ou não tem controle sobre o
que diz; surgem mudanças de comportamento e de humor;
- ♦ Tristeza intensa:
a pessoa começa a demonstrar traços de desesperança, exaustão e
indiferença; a vida perde o sentido, cria-se a sensação de que tudo é
complicado e desgastante;
- ♦ Colapso físico e
mental: é o estágio considerado de emergência e é preciso buscar ajuda
médica e psicológica com urgência.
Quais são os
principais sintomas da Síndrome de Burnout?
É importante ressaltar que os sintomas da
síndrome de burnout surgem de forma leve. É por isso que, por muitas vezes, as
pessoas acham que é algo passageiro e deixam de se preocupar. Porém, as manifestações
sintomáticas tendem a evoluir e piorar com o passar dos dias. Muitas pessoas
deixam de buscar ajuda médica por não associarem os sintomas ao distúrbio e
acabam negligenciando sua condição, que pode ser mais séria. Eis os principais sinais:
- ♦
Cansaço excessivo, físico e mental;
- ♦
Dor de cabeça frequente;
- ♦
Fadiga e dores musculares;
- ♦
Pressão alta e alteração nos batimentos cardíacos.
- ♦
Alterações no apetite: perda da fome ou compulsão alimentar;
- ♦
Problemas gastrointestinais;
- ♦
Insônia e alterações no sono;
- ♦
Dificuldades de concentração e memorização;
- ♦
Sentimentos de fracasso, incompetência, desesperança, derrota e
insegurança;
- ♦
Negatividade constante;
- ♦
Isolamento;
- ♦
Alterações repentinas de humor.
Diagnóstico da síndrome de Burnout
O
diagnóstico da síndrome de Burnout pode ser feita por profissionais
especialistas. O psiquiatra e o psicólogo são os profissionais indicados para
identificar o distúrbio e orientar a melhor forma de tratamento, caso a caso.
Como prevenir a síndrome
de Burnout?
A melhor
maneira de prevenir a síndrome de Burnout é evitar situações desgastantes no
trabalho e praticar atividades que diminuam o estresse. Lembre-se que o
desenvolvimento da síndrome está associado a esgotamento físico e mental, e condutas
mais saudáveis contribuem para evitar a progressão do distúrbio.
Neste
caso, pratique atividades físicas e de lazer, fora da rotina, e esteja com
pessoas que gosta, sejam amigos ou familiares. Evite contato com pessoas e
ambientes “negativos”, que lhe causem mal-estar. Evite também o consumo
excessivo de bebida alcoólica, cigarros e outras drogas, pois elas agravam os
sintomas. E principalmente: descanse bastante à noite, durma pelo menos 8 horas
por dia. Lembre-se de que é fundamental manter o equilíbrio entre o trabalho, o
lazer, a vida social, a família e as atividades físicas.
E por fim,
nunca se automedique! Qualquer tratamento deve ser indicado pelo profissional
de saúde adequado, e você só deve tomar medicamentos com prescrição médica.
PROFISSÕES EM VIAS DE EXTINÇÃO
09:23:00Com avanço cada vez mais da tecnologia e de seus procedentes, tem se registado um nível forte de influência desta na transformação do mercado de trabalho. Se por uma esta evolução tem contribuído positivamente na vida social e profissional do homem, como o Big Data, a Inteligência Artificial (IA) e a robótica, que vieram facilitar-nos a vida. Contudo, este avanço tecnológico também têm o seu lado negativo. De acordo com o “El Confidencial”, num artigo publicado em 2020, a transformação digital vai levar algumas profissões a desaparecer já a partir dos tempos que se avizinham. Esta situação, claramente, já é vivenciada em algumas realidades, em países mais avançados tecnologicamente.
Um estudo da McKinsey Global Institute, da Universidade de Oxford e do Banco Mundial, citado pelo jornal espanhol, previu que, em 2030, entre 400 e 800 milhões de trabalhadores sejam substituídos por software. E, na verdade, o Fórum Económico Mundial estima que 29% das tarefas já estejam a ser feitas por máquinas.
Segundo um estudo apresentado, na XXIII Conferência sobre Recursos, realizada em Portugal, este ano, O cenário base assume que metade das tarefas que têm potencial de ser automatizadas serão automatizadas até 2030. Este cenário implica numa redução de 1, 1 milhões de postos de de trabalho.
Refletindo sobre esta situação, saiba algumas das profissões em vias de extinção:
Empregados de mesa: o potencial de automação para esta função é de 77% nos próximos anos, de acordo com um estudo do Centro para um Futuro Urbano (Center for an Urban Future, em inglês).
Trabalhadores da indústria: o segundo sector mais afectado pelo boom tecnológico, principalmente pela introdução de software e robôs, nas linhas de montagem, é a indústria. Dados do estudo “How Robots Change the World” da Oxford Economics revelam, inclusive, que 400 mil empregos foram substituídos por máquinas em toda a Europa, desde o ano 2000.
Motoristas: uma análise da Universidade de Oxford dá conta de que existe uma probabilidade de 89% de que esta profissão venha a ser totalmente desempenhada por máquinas num futuro próximo.
Maquinistas: só na Europa existem já 17 linhas de metro totalmente automatizadas e em pleno funcionamento.
Carteiros: o número de empregos nesta área veio diminuir significativamente com a rápida ascensão do correio electrónico.
Agricultores: com a agricultura também a evoluir tecnologicamente, um dos objectivos é retirar a mão-de-obra humana deste sector, uma vez que se trata de uma profissão considerada de risco.
Advogados: já existe software de IA e de Big Data capaz de rever uma enorme quantidade de documentos em pouco tempo, o que poderá levar à destruição de 39% dos empregos no sector jurídico só no Reino Unido, segundo dados da Deloitte Legal.
Contudo, cerca de 0,6 -1,1 milhões de novos empregos também poderão ser criados devido ao crescimento econômico que tem origem no aumento da produtividade que a automação proporciona.
Para tanto, importa referir que, embora as várias e constantes transformações que se tem registado a nível do mercado de trabalho a nível global, é imprescindível a capacidade, da parte dos sujeito
s deste mercado (empresas e trabalhadores), de se reinventarem e realizarem permanentemente os seus upskilling & reskilling para melhor se posicionarem no mercado competitivo.
Fontes:
https://hrportugal.sapo.pt/estas-profissoes-vao-desaparecer-ja-a-partir-deste-ano-saiba-se-a-sua-e-uma-delas/.
28 de Abril - Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho
09:21:00Sob o lema: "Vamos agir em conjunto para construir uma cultura positiva de segurança e saúde", é sublimemente reforçada a 'importância da participação e do diálogo social para garantir a segurança e saúde no trabalho, não só para proteger a vida dos trabalhadores, mas também para assegurar a continuidade das atividades no mercado de trabalho'.
Segundo declaração da OIT, uma cultura forte de SST é aquela em que o direito a um ambiente de trabalho seguro e saudável é valorizado e promovido tanto pela gestão como pelos(as) trabalhadores(as).
Tendo sido sido celebrado pela primeira vez, em Nova York (EUA), pela Nações Unidas e em 2001, adotada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o dia 28 de Abril é celebrado, mundialmente, como o dia da Segurança e Saúde no Trabalho. Angola, enquanto Estado-Membro das Nações Unidas e da OIT, também adotou este dia, como um dia celebrativo, mas igualmente de reflexão em torno da problemática do trabalho seguro e saudável, envolvendo às empresas e os trabalhadores, enquanto sujeitos ativos promotores do desenvolvimento económico e parceiros do Estado.
De acordo com as estimativas, de 2000 à 2016, da OMS e OIT sobre o ônus de doenças e lesões relacionadas ao trabalho:
- Lesões e doenças relacionadas ao trabalho provocaram a morte de 1,9 milhão de pessoas em 2016.
- A maioria das mortes relacionadas ao trabalho deveu-se a doenças respiratórias e cardiovasculares.
- As doenças não transmissíveis foram responsáveis por 81% das mortes.
- As maiores causas de mortes foram doença pulmonar obstrutiva crônica (450.000 mortes); acidente vascular cerebral (400.000 mortes) e cardiopatia isquêmica (350.000 mortes). Lesões ocupacionais causaram 19% das mortes (360.000 mortes).
- O estudo leva em consideração 19 fatores de risco ocupacional, como exposição a longas jornadas de trabalho e exposição no ambiente de trabalho à poluição do ar, asmagens, a substâncias cancerígenas, a riscos ergonômicos e a ruído.
- Globalmente, as mortes relacionadas ao trabalho por população caíram 14% entre 2000 e 2016. No entanto, as mortes por doenças cardíacas e derrames associados à exposição a longas jornadas de trabalho aumentaram 41% e 19%, respectivamente. Isso reflete uma tendência crescente neste fator de risco ocupacional relativamente novo e o risco psicossocial
A responsabilidade pela prevenção e segurança no trabalho é de todos. Todos são chamados a exercerem o seu papel de agente de segurança no trabalho ou fora deste: empresas, trabalhadores, Estado e sociedade em geral.
O diálogo entre todos e todas (governos, empresas, trabalhadores e peritos) é imprescindível para enfrentarmos juntos a dura fase provocada pela crise sanitária mundial e os riscos profissionais que advém do contexto e tende a comprometer não só a vida económica global, como a vida de cada indivíduo, em particula.