07:53:00
PROGRAMA
PAUSA ACTIVA
Cada vez
mais organizações de prestígio internacional têm dado maior ênfase sobre a
importância de promover actividade física no local de trabalho como forma de
reduzir comportamentos sedentários entre os seus colaboradores. Portanto,
constitui um dos desafios prioritários de intervenção no domínio laboral para
estas organizações.
Actualmente, é no local de trabalho onde
podemos verificar, junto da população activa, os maiores períodos passados em
comportamento sedentário. Alguns estudos indicam que, em média, trabalhadores do
sector administrativo passam 75% do seu tempo de trabalho sentados. Parte deste
tempo é acumulado sob a forma de longos períodos ininterruptos, o que,
particularmente, pode ser prejudicial à saúde, potenciando o desenvolvimento de
um conjunto de comorbilidadades.
Por outro lado, existe evidência científica
que demonstra, uma associação positiva entre a prática de actividade física e
desportiva e o desempenho laboral. No entanto, mesmo sabendo da importância de uma
prática regular, a população em geral tem vindo a adquirir hábitos de trabalho
cada vez mais sedentários, sendo necessário o desenvolvimento de estratégias de
promoção de atividade física junto dos trabalhadores.
Tendo em conta os estudos científicos desenvolvidos no
âmbito da promoção de ambientes de trabalho seguros e saudáveis e a importância
da integração de actividade física no contexto laboral, a Intelegere Business
School tem promovido, junto das diversas organizações parceiras e em diferentes
campanhas e iniciativas (Dia Mundial da Atividade Física, Dia Nacional do
Desporto na Escola e “No Elevators Day”), a disseminação de mensagens, conteúdos,
documentos, vídeos e infografias que promovem a prática desportiva e a redução
do tempo sedentário.
Segundo As recomendações da Organização Mundial de Saúde
(OMS) incentivam os cidadãos adultos a acumularem entre 150 e 300 minutos por
semana de atividade física aeróbia, com uma intensidade moderada, podendo, por
exemplo, repartir 30 a 60 minutos por dia, durante 5 dias por semana.
Em alternativa, recomenda-se a realização de 75 a 150
minutos por semana de atividade física aeróbia, com uma intensidade vigorosa,
ou uma combinação de ambas (intensidade moderada e vigorosa).
Recomenda-se, ainda, a realização de treino de força
muscular 2 ou mais vezes por semana, com uma intensidade moderada ou vigorosa e
que envolva os principais grupos musculares.
DICA: procure limitar o tempo passado em comportamento
sedentário, para ajudar a reduzir os seus efeitos negativos sobre a saúde. Por
outro lado, sempre que possível e de forma ajustada às suas características e
limitações, aumente a duração e a intensidade de prática, de modo a obter mais
benefícios para a sua saúde.
A IBS lança
a iniciativa #pausaactivanotrabalho, que tem como objectivo promover a actividade
física e reduzir o tempo passado em comportamento sedentário, tanto no local de
trabalho, como em contexto de teletrabalho.
De forma a
promover os objetivos referidos anteriormente, a #pausaactivanotrabalho
disponibiliza informação técnica neste domínio e partilha um conjunto de
vídeos, com a duração de 5 minutos, onde se apresentam sugestões de exercícios
a realizar no contexto da atividade laboral. O conteúdo dos vídeos foi
estruturado em três eixos principais:
• Exercícios
de mobilidade exercícios que envolvem movimentos específicos de coordenação,
agilidade e força que simulam atividades do dia a dia, favorecendo a melhoria
da funcionalidade e da mobilidade;
• Exercícios
de força exercícios que envolvem o peso do corpo, focados na melhoria da força
e da resistência dos diferentes segmentos corporais;
• Exercícios
de alongamento exercícios que têm como objetivo promover o alongamento dos
diferentes grupos musculares, melhorando a amplitude dos movimentos.
Recomendações | Do ponto de vista prático, sugerimos que:
• Realize os exercícios propostos de forma que não
desenvolva dor durante a execução dos mesmos;
• Realize os exercícios com uma intensidade leve a moderada,
permitindo ativar as diferentes zonas corporais, diminuindo ainda o tempo
passado em comportamento sedentário.
Antes de
iniciar a Pausa #pausaactivanotrabalho. Antes de iniciar a sua pausa
ativa, importa certificar-se que existem as condições necessárias para a
realização dos exercícios em segurança:
• existência
de espaço disponível (e.g. esticar os braços sem tocar em nenhum objeto; dar
passos nas diferentes direções);
• existência
de espaço na mesa de trabalho para poder apoiar-se na mesma, se necessário (se
a mesa não for segura, poderá utilizar uma parede);
• utilizar
calçado confortável e que não escorregue no chão (pode optar por realizar os
exercícios descalço se o seu calçado não for o mais apropriado);
• realizar
os exercícios até à amplitude que for possível, sem causar grande desconforto
ou dor.
Durante a #pausaactivanotrabalho.
Todos os vídeos têm uma duração de aproximadamente 5 minutos e cada exercício
apresentado dura, em média, cerca de 30 segundos.
O objetivo é
que seja realizado o maior número de repetições (mantendo um nível de
intensidade leve a moderado), durante os 30 segundos correspondentes a cada
exercício. Sempre que necessário, poderá interromper o exercício até que se
sinta apta/o para continuar.
Poderá ser
aumentada ou reduzida a intensidade dos exercícios, através da cadência de
execução utilizada; o aumento do número de repetições realizadas implica,
normalmente, uma maior intensidade. Importa realizar os mesmos de forma correta
e conforme apresentado nos vídeos!
Se os
exercícios apresentados forem demasiado difíceis, poderá optar por:
• Utilizar
uma mesa, cadeira ou parede, como apoio para as mãos, evitando desequilíbrios;
• Variar a
amplitude dos movimentos. Se, pelo contrário, pretender-se aumentar a
dificuldade dos exercícios, poderá optar por:
• Diminuir
os apoios em contacto com as superfícies;
• Variar a
amplitude dos movimentos;
• Aumentar o
número de repetições realizadas.
Nota: outras
opções de exercícios poderão ser encontradas nos vídeos.
Respiração
durante a execução - dicas importantes:
• Durante a
execução dos exercícios, procure não bloquear a respiração;
• Inspire
pelo nariz e expire pela boca;
• A execução
pode ser realizada ao mesmo ritmo que a respiração.
• Sempre que
possível, interrompa os longos períodos passados na posição de sentado/a;
• Se
possível, realize as videoconferências e chamadas em pé;
• Substitua
o tempo sedentário por atividade física (incluindo exercícios de baixa
intensidade);
• Se, após o
horário de trabalho, não conseguir realizar a suas pausas ativas, poderá seguir
as dicas e recomendações das páginas das redes sociais da #pausaactivanotrabalho.
• Aproveite
as oportunidades para ser ativo e procure complementar a #pausaactivanotrabalho
com atividades que possam contribuir para alcançar as Recomendações de
Atividade Física.
POR: Aurio Sebastião
10:42:00
ABSENTISMO
VS PRESENTISMO
O que é o absentismo?
Quando
os colaboradores estão habitualmente ausentes do trabalho sem uma boa razão,
isso é absentismo. As ausências autorizadas – férias programadas e emergências
familiares, por exemplo – não contam como absentismo. O absentismo é fácil de
detetar porque os colaboradores não estão fisicamente presentes no ambiente de
trabalho.
Porque é que o absentismo acontece?
Por
vezes, o absentismo é o indicador de uma doença crónica não diagnosticada.
Contudo, na maioria das vezes, o absentismo acontece por causa de:
- Doença
mental: De acordo
com um recente estudo de acompanhamento de 12 meses do Instituto Nacional
de Segurança e Saúde no Trabalho dos EUA, a depressão é uma das principais
causas de absentismo.
- Bullying e/ou Mobbing: Os trabalhadores que sofrem assédio
no trabalho podem evitar estar no local de trabalhar para escapar ao
incómodo.
- Desilusão: Quando os trabalhadores sentem-se desmotivados, subvalorizados,
descontentes ou aborrecidos no local de trabalho.
- Burnout: Sinónimo de esgotamento total relacionado ao
trabalho, dá-se quando as pessoas se sentem estressadas e exaustas durante
um longo período de tempo, muitas vezes vão-se abaixo, e consequentemente
afastam-se do trabalho.
- Cuidados dependentes: Os indivíduos que precisam de
tomar conta de pais idosos, familiares deficientes e crianças têm por
vezes de tirar um tempo extra de trabalho. Esta situação afecta
principalmente as mulheres que por questões socioculturais acabam tem
dupla ou múltipla responsabilidades domésticas e familiares.
O que é o presentismo?
Consiste
no facto de o funcionário comparecer no local de trabalho, mesmo estando
doente; não cumprindo a totalidade das suas tarefas e/ou não as executando
adequadamente. Contudo, trata-se de um fenómeno complexo e não apenas o oposto
a se ausentar por doença. Quando os trabalhadores estão presentes mas não são
produtivos, isso é presentismo. Em vez de completarem tarefas com eficiência,
olham para o espaço, conversam, navegam na internet ou fazem longas pausas
longe das suas secretárias. O presentismo é mais difícil de definir do que o
absentismo: os empregados estão fisicamente presentes, mas estão mentalmente
desvinculados.
A
divulgação do conceito surgiu na década de 90, época com elevada taxa de
desemprego/ diminuição do número de postos de trabalho, aumento dos contratos
temporários e reestruturação pública e privada.
É
mister proceder a avaliação diagnóstica da real situação na organização,
através de recursos de ferramentas/instrumentos quantificadores (Work
Limitations Questionnaire (WLQ)[1];
Stanford Presenteeism Scale (SPS-6)[2],
de modo que seja possível delinear algumas estratégias que poderão atenuar o
problema.
Porque é que o presentismo acontece?
O
presentismo é um fenómeno muito comum no local de trabalho – e também é comum
quando os colaboradores trabalham remotamente. Pode ser difícil de quantificar,
pelo que não é discutido tão frequentemente como o absentismo, mas é igualmente
prevalecente. Algumas das principais
razões para o presentismo incluem:
- A
falta de dias de doença: Se os colaboradores não tiverem - ou ficarem sem -
dias de doença, podem ir trabalhar mesmo quando estão muito doentes.
- Lealdade: Os indivíduos que se sentem incapazes de trabalhar
por uma razão ou outra podem comparecer porque são leais a um gestor ou à
empresa.
- Escassez de pessoal: Colaboradores
doentes ou incapacitados por qualquer outro motivo chegam por vezes para
compensar a falta de pessoal.
- Medo de perder o emprego: Quando
estão preocupados com as repercussões da ausência, as pessoas
apresentam-se ao trabalho mesmo quando não são capazes de se concentrar.
- Sentem-se insubstituíveis: Quando os
colaboradores tratam da maior parte do trabalho ou da responsabilidade nos
seus departamentos, podem sentir-se incapazes de tirar algum tempo de
folga - mesmo quando precisam genuinamente de o fazer.
Como é que o absentismo e o presentismo afectam as organizações?
Tanto
o absentismo como o presentismo causam problemas em qualquer organização.
Quando os colaboradores não aparecem, os seus colegas têm de fazer um trabalho
extra. Quando aparecem, mas não são capazes de se concentrar, cometem erros ou
deixam tarefas por fazer. Em ambos os casos, a produtividade global cai e
outras pessoas acabam por ter de compensar.
Em
termos literais, tanto o absentismo como o presentismo conduzem a uma perda de
receitas. Um inquérito de 2019 da Direct Health Solutions revelou que o
absentismo aumentou em 1,5 dias para 11,2 dias por colaborador por ano em
comparação com 2017, e calcula-se que tenha custado à economia australiana mais
de 22 mil milhões de euros em salários e produtividade perdida. A investigação
depende dos resultados dados por 104 associações em toda a Austrália, que no
total empregam mais de 255 mil trabalhadores. Pediu-se aos inquiridos que
fornecessem informações dependentes sobre todo o absentismo não planeado,
incluindo licença pessoal, licença de compensação dos trabalhadores e licença
não autorizada, remunerada e não remunerada.
O
quadro de absentismo não é muito melhor noutras nações ocidentais. No Reino
Unido, por exemplo, uma análise do Centro de Investigação Económica e
Empresarial de 2017 estimou o custo económico total das ausências não
autorizadas em 14,8 mil milhões de euros. De acordo com os especialistas do
sector, este valor pode subir para 28,7 mil milhões de euros até 2030.
Estima-se
que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e
à ansiedade que custam à economia global quase um trilhão de dólares. Duas
novas publicações que visam abordar essa questão foram publicadas em 2022 -
diretrizes da OMS sobre saúde mental no trabalho (WHO Guidelines on mental
health at work) e uma nota conjunta da OMS/OIT.
Não
tem havido muita investigação em grande escala sobre o custo financeiro do
presentismo nos últimos anos, pelo que os custos dos tempos modernos são
difíceis de identificar. Dadas as tendências crescentes de fatores de risco
como a depressão, diabetes e outras condições de saúde no mundo desenvolvido,
podemos assumir com segurança que o impacto financeiro do presentismo é agora
maior do que era na viragem do século.
Como reduzir o absentismo e o presentismo?
Os
valores diretos e indiretos associados à ausência e desatenção são
consideráveis - principalmente para as pequenas e médias empresas. Quando os
colaboradores reduzem o absentismo e o presentismo, colhem benefícios
tangíveis. Estes incluem:
- Redução das
despesas relacionadas com o pessoal;
- Aumento do moral do pessoal;
- Mais
produtividade;
- Bom
ambiente organizacional;
- Comunicação
eficiente;
- Hábitos
saudáveis;
- Plano
de carreira;
- Política
de reconhecimento.
Então, como anular as ausências não autorizadas e reduzir o presentismo no local de trabalho?
A
resposta é: um novo caminho para a produtividade - implica planear com
antecedência, ouvir os colaboradores e prestar apoio. As soluções incluem:
- Encorajar os
colaboradores a recuperarem em casa. Quando os colaboradores recuperam em
casa, acabam por custar menos aos seus empregadores. Não infetam os
colegas e não produzem trabalho impreciso ou abaixo do aceitável que exija
correções.
- Rastreio pago de doenças comuns. Programas de
rastreio de diabetes, cancro ou tensão arterial a nível da empresa podem
ajudar a detetar problemas de saúde antes que se tornem tão graves que
afetem a assiduidade.
- Programas de apoio ocupacional. Os trabalhadores que
recebem apoio para condições de saúde crónicas tendem a sentir-se mais
positivos e produtivos do que aqueles que não recebem. Tanto a frequência como a atenção
melhoram como resultado.
- Opções de cuidados infantis. Os pais trabalhadores
beneficiam esmagadoramente quando os seus empregadores lhes proporcionam
opções de trabalho flexíveis. Medidas de trabalho a partir de casa ou
soluções a tempo parcial ajudam a aumentar a produtividade.
Fonte: Travis Gibson, Commercial Manager,
especializado em In-House Solutions, da Randstad
Elaborado por:
Aurio Sebastião
[1] Work Limitations
Questionnaire (WLQ): Esta escala foi desenvolvida para medir o presentismo e
avaliar as limitações no trabalho. Ela aborda questões relacionadas à
produtividade, tarefas incompletas e dificuldades enfrentadas pelos
trabalhadores devido a problemas de saúde ou outras condições médicas.
[2] Stanford Presenteeism
Scale (SPS-6): A SPS-6 avalia o presentismo e as perdas de produtividade laboral através
de dois fatores distintos: trabalho completado (TC) e distração
evitada (DE). O primeiro factor incide nas causas físicas de
presentismo e corresponde à quantidade de trabalho realizado sob efeito das
causas de presentismo. O segundo fator prende-se com aspetos psicológicos e
corresponde à quantidade de concentração mobilizada para produzir quando existe
um efeito de presentismo. Cada fator inclui três itens avaliados numa escala de
5 pontos que varia de 1 (discordo totalmente) até 5 (concordo totalmente).
Maior valor no score total de Presentismo e no TC e menor valor no DE significa
melhor estado psicológico e menor impacto do presentismo na sua versão
clássica, ou seja, estão presentes e apesar de doentes conseguem trabalhar
eficazmente.
Segurança e Saúde no Trabalho na era da Inteligência Artificial
00:46:00
SEGURANÇA NO TRABALHO - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Uma das grandes premissas da última edição do Fórum Internacional de Segurança e Saúde no Trabalho que teve lugar no dia 25 de Abril de 2024 no HCTA - Hotel Centro de Convenções de Talatona em Luanda baseou-se na preocupação de todos nós, até porque nos encontrávamos na semana mundial da segurança e saúde no trabalho cujo expoente máximo se celebrou no dia 28 do corrente mês de Abril, encarando a Segurança e Saúde no Trabalho como algo muito sério para todos nós e não aceitamos em qualquer circunstância, a perda de uma vida enquanto se está a trabalhar, pois é moralmente e eticamente inaceitável.
Aliás e de acordo com a lei fundamental do Estado Angolano (CRA – artigo 76º), “Todo o trabalhador tem direito (…) à higiene e segurança no trabalho, nos termos da lei”.
Mas a segurança no contexto de trabalho não é apenas uma obrigação legal…É acima de tudo uma responsabilidade moral. Como sabemos, os acidentes laborais podem ter um custo incalculável em termos humanos, afetando a vida dos trabalhadores e seus familiares. Investir em medidas preventivas não só protege os trabalhadores, como também contribui para um ambiente de trabalho muito mais saudável e feliz, ganhando os trabalhadores, mas simultaneamente ganhando as empresas e o país como um todo.
Hoje as novas tecnologias da informação e da comunicação entraram definitivamente na vida profissional, mas também pessoal e familiar. Elas têm vantagens, desvantagens, novos perigos e riscos profissionais. Nesta diversidade de estímulos como é que lidamos com eles e qual a influência da inteligência artificial na segurança, saúde e higiene no trabalho? Será que estamos a dar o devido valor à VIDA, em todas as suas formas? E no local de trabalho, como ficamos?
Bem, primeiro de tudo vamos conceptualizar a inteligência artificial (IA): Existem muitas definições, resumindo podemos dizer que é a capacidade que uma máquina tem de imitar a maneira como o nosso cérebro processa as informações, servindo-se de um conjunto multipluridisciplinar de tecnologias e metodologias com recurso a hardware e software.
Salário Emocional: O que é? Como Calculá-lo e Promovê-lo dentro da Tua Empresa
22:00:00Elaborado por Aurio Sebastião, Msc. Ciências do Trabalho e Relações laborais
Por que as pessoas
trabalham? A resposta mais óbvia, é claro, é pelo dinheiro. Mas, além da
remuneração, existem também outros elementos que podem aumentar ou diminuir a
satisfação de uma pessoa no trabalho e que fazem parte do seu "salário
emocional".
Vivemos uma época cada
vez mais complexa e difícil de definir estratégias para motivação dos
colaboradores em contextos organizacionais e não só. As relações de trabalho
são cada vez menos determinadas apenas pelo fator salário, compensações e benefícios
financeiros. Com a pandemia e seus efeitos no mundo do trabalho, há uma
crescente preocupação em estudar e analisar, a nível das ciências das emoções,
gestão do pessoal e do bem-estar dos trabalhadores, os aspectos não
quantificáveis, no caso, o estado emocional das pessoas em contextos laborais,
como forma de atrair e reter talentos e competências.
Neste sentido, o salário
emocional, surge como aquele que não aparece nas folhas de remuneração, nada
tem haver com os benefícios ou prémios monetários, e são cada vez mais
valorizados por parte daqueles que vendem ou cedem a sua força de trabalho e
pelos empregadores preocupados com a qualidade do serviço prestado através da
garantia da do bem-estar físico, social e emocional dos seus colaboradores.
Existem alguns estudos avançados, como da mexicana Marisa Elizundia, especialista em recursos
humanos, que nos podem orientar neste sentido, como «horário
flexível, o trabalho à distância ou teletrabalho, seguros de saúde, benefícios
sociais em relação à educação dos filhos, espaços de lazer dentro das empresas,
ajudas com pagamento de formação, entre outros benefícios, são exemplos das
retribuições não financeiras que não aparecem na folha de vencimento, mas fazem
parte do salário emocional».
O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) avalia o índice de
bem-estar da população, defende a ideia de salário emocional como um
complemento ao salário que é oferecido pela empresa, relacionado com aquilo que
o dinheiro não pode comprar. Ou seja, falamos de salário emocional quando nos
referirmos às vantagens que as empresas oferecem aos seus funcionários para
melhorar os seus níveis de satisfação no trabalho, sem que isso signifique
realmente um aumento salarial.
Havendo vários factores
que, direta ou indiretamente, influenciam o bem-estar no trabalho, há dois que
o e-konomista destaca como sendo de particular importância: o ambiente de
trabalho e a atenção dada ao funcionário pela empresa. «Este tipo de salário
reduz a rotatividade dos profissionais, aumenta a sua eficiência e é também um
factor fundamental na retenção e captação de talentos.»
Surgi-nos uma questão
fundamental, se o salário emocional não é quantificável, como podemos calcular,
para devidamente se promover?
De acordo com o site,
e-konmista, existem cinco aspectos a ter em conta no cálculo do salário
emocional:
1. Equilíbrio entre carreira profissional e vida familiar, o poder
usufruir de um horário flexível para trabalhar, ou até executar as tarefas a
partir de casa, permitindo mais disponibilidade para, por exemplo, acompanhar
os filhos.
2. Compensações para além do salário, compensações que, ainda que
não sejam monetárias, podem contribuir para o bem-estar dos colaboradores e até
mesmo ajudá-los a poupar dinheiro na aquisição de serviços. Alguns exemplos:
Seguros de saúde, inscrições em ginásios, creche, infantário ou atividades
durante as férias escolares, formação profissional ou cheques-desconto são
algumas das compensações que deve ter em conta ao calcular o seu salário
emocional.
3. Progressão na carreira, oferecendo oportunidades reais de
progressão de carreira, indo ao encontro das ambições dos colaboradores.
4. Formação contínua, elaborar um plano de formação contínua para
melhorar as competências técnicas adequadas à função dos colaboradores e, por
consequência, ter melhores condições de trabalho. Fomentar a aprendizagem de
coisas novas que possam enriquecer os colaboradores também em termos pessoais é
igualmente valorizado.
5. Bom ambiente de trabalho, acreditar na missão da empresa e todos
partilharem da mesma cultura empresarial, faz com que sejam criados laços de
confiança entre colegas e fazer parte de uma boa equipa de trabalho é um factor
determinante para que os colaboradores se sintam realizados no seu emprego.
O mesmo
site identifica-se ainda 10 formas de promover o salário emocional.
- Facilidade
de comunicação entre colaboradores e superiores;
- Programas de
desenvolvimento de carreira;
- Actividades de team
building;
- Programas de lazer
que incluam as famílias dos colaboradores;
- Transparência em
relação aos objetivos da empresa;
- Flexibilidade na
rotina organizacional;
- Actividades em datas
comemorativas;
- Programas de
formação;
- Avaliações
objectivas e directas;
- Reconhecimento e
feedback positivo.
Um mundo competitivo, o
salário emocional, para muitos mercados é definido como valor diferencial
competitivo para atrair e reter os melhores quadros. Ignorar este factor
fundamental é se colocar na traseira na gestão do desenvolvimento das
competências individuais e organizacionais.
Concluímos que, embora o
salário económico continua sendo a base dos vínculos laborais, é de todo
imprescindível termos em conta outros componentes que influencia
significativamente na atração e manutenção das relações de trabalhos e que não
são passíveis de serem mensurados pela métrica financeira. É fundamental
investir em ambientes de trabalho propiciem a valorização mútua e o crescimento
profissional e pessoal dos trabalhadores, pois os resultados são seguramente
enormes para empresa.
Fonte: Salário emocional: quando o dinheiro
não é tudo (e-konomista.pt)
Os 10 fatores que definem o ‘salário
emocional’ - BBC News Brasil
SÍNDROME DE BURNOUT: O QUE É, PRINCIPAIS SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO
04:20:00A síndrome
de Burnout (ou Síndrome do esgotamento total)
é um distúrbio psíquico causado pelos altos níveis de estresse e pelo estado
emocional desequilibrado, desenvolvidos a partir de condições de trabalho
desgastantes. Em outras palavras, a síndrome de Burnout é
causada por exaustão
extrema (física ou mental) e estresse, e a principal causa da doença é o
esgotamento profissional, ou seja, o excesso de
trabalho.
Como surge a
síndrome de Burnout
O distúrbio é mais comum em profissionais
que atuam constantemente sob pressão, em longas jornadas de trabalho, em
ambientes de competitividade ou de grande responsabilidade. Desta forma, a
síndrome de Burnout acomete com mais frequência a médicos, professores,
policiais, jornalistas e demais profissionais que enfrentam dupla jornada.
Alguns dados sugerem que, atualmente,
aproximadamente 40% dos profissionais desenvolvem altos níveis de estresse. O
profissional precisa demonstrar c
onstantemente um elevado grau de desempenho, e
mede sua autoestima pela capacidade de sucesso e de alcançar conquistas. Há uma
necessidade de se afirmar, de ser sempre o melhor. E a sua satisfação termina
quando seu talento e desempenho não são reconhecidos.
Nestas condições, estes objetivos se
transformam em compulsão, até que o organismo entre em colapso. A pessoa começa
a sofrer com problemas psicológicos, desgaste físico e exaustão, e os sintomas
começam a surgir por conta do acúmulo de tarefas, pressão, exigências e
responsabilidades proporcionadas pela grande demanda de trabalho. Por isso, é
tão importante que se combata a ideia de que os problemas profissionais são
oriundos de falhas pessoais ou incapacidade, mas sim de um problema
organizacional.
É muito comum que as pessoas confundam a
Síndrome de Burnout com o estresse. Na verdade, ocorre que os sintomas do
estresse constante estão presentes na Síndrome de Burnout. Em outras
palavras, a síndrome de Burnout é uma consequência do estresse crônico.
A principal característica da síndrome de
Burnout é o estado de exaustão e tensão emocional desequilibrada, provocada
por condições de trabalho física e emocionalmente desgastantes. O
estresse, por sua vez, é uma reação do corpo a situações de ameaça.
Trata-se de um “estado de alerta”, uma resposta biológica normal para nos
proteger em momentos de risco.
Estágios da
síndrome de Burnout
- ♦ Dedicação intensa
e descontrolada ao trabalho;
- ♦ Descaso com as
próprias necessidades pessoais, como dormir, comer ou sair com os amigos;
- ♦ Fuga de conflitos:
a pessoa percebe que as coisas não estão bem, mas não enfrenta os
problemas. É neste estágio que começam a surgir as primeiras manifestações
sintomáticas físicas;
- ♦ Reinterpretação de
valores: coisas como lazer, amigos, familiares e vida social começam a
perder seu valor;
- ♦ Negação dos
problemas: a pessoa se nega a aceitar que tem problemas e começa a se
afastar dos círculos sociais;
- ♦ Recolhimento e
aversão a socialização: a pessoa se recusa a comparecer a reuniões e evita
diálogos, perdendo a vontade de sair de casa;
- ♦ Despersonalização:
há momentos em que a pessoa não se reconhece ou não tem controle sobre o
que diz; surgem mudanças de comportamento e de humor;
- ♦ Tristeza intensa:
a pessoa começa a demonstrar traços de desesperança, exaustão e
indiferença; a vida perde o sentido, cria-se a sensação de que tudo é
complicado e desgastante;
- ♦ Colapso físico e
mental: é o estágio considerado de emergência e é preciso buscar ajuda
médica e psicológica com urgência.
Quais são os
principais sintomas da Síndrome de Burnout?
É importante ressaltar que os sintomas da
síndrome de burnout surgem de forma leve. É por isso que, por muitas vezes, as
pessoas acham que é algo passageiro e deixam de se preocupar. Porém, as manifestações
sintomáticas tendem a evoluir e piorar com o passar dos dias. Muitas pessoas
deixam de buscar ajuda médica por não associarem os sintomas ao distúrbio e
acabam negligenciando sua condição, que pode ser mais séria. Eis os principais sinais:
- ♦
Cansaço excessivo, físico e mental;
- ♦
Dor de cabeça frequente;
- ♦
Fadiga e dores musculares;
- ♦
Pressão alta e alteração nos batimentos cardíacos.
- ♦
Alterações no apetite: perda da fome ou compulsão alimentar;
- ♦
Problemas gastrointestinais;
- ♦
Insônia e alterações no sono;
- ♦
Dificuldades de concentração e memorização;
- ♦
Sentimentos de fracasso, incompetência, desesperança, derrota e
insegurança;
- ♦
Negatividade constante;
- ♦
Isolamento;
- ♦
Alterações repentinas de humor.
Diagnóstico da síndrome de Burnout
O
diagnóstico da síndrome de Burnout pode ser feita por profissionais
especialistas. O psiquiatra e o psicólogo são os profissionais indicados para
identificar o distúrbio e orientar a melhor forma de tratamento, caso a caso.
Como prevenir a síndrome
de Burnout?
A melhor
maneira de prevenir a síndrome de Burnout é evitar situações desgastantes no
trabalho e praticar atividades que diminuam o estresse. Lembre-se que o
desenvolvimento da síndrome está associado a esgotamento físico e mental, e condutas
mais saudáveis contribuem para evitar a progressão do distúrbio.
Neste
caso, pratique atividades físicas e de lazer, fora da rotina, e esteja com
pessoas que gosta, sejam amigos ou familiares. Evite contato com pessoas e
ambientes “negativos”, que lhe causem mal-estar. Evite também o consumo
excessivo de bebida alcoólica, cigarros e outras drogas, pois elas agravam os
sintomas. E principalmente: descanse bastante à noite, durma pelo menos 8 horas
por dia. Lembre-se de que é fundamental manter o equilíbrio entre o trabalho, o
lazer, a vida social, a família e as atividades físicas.
E por fim,
nunca se automedique! Qualquer tratamento deve ser indicado pelo profissional
de saúde adequado, e você só deve tomar medicamentos com prescrição médica.