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PROGRAMA PAUSA ACTIVA

Cada vez mais organizações de prestígio internacional têm dado maior ênfase sobre a importância de promover actividade física no local de trabalho como forma de reduzir comportamentos sedentários entre os seus colaboradores. Portanto, constitui um dos desafios prioritários de intervenção no domínio laboral para estas organizações.

Actualmente, é no local de trabalho onde podemos verificar, junto da população activa, os maiores períodos passados em comportamento sedentário. Alguns estudos indicam que, em média, trabalhadores do sector administrativo passam 75% do seu tempo de trabalho sentados. Parte deste tempo é acumulado sob a forma de longos períodos ininterruptos, o que, particularmente, pode ser prejudicial à saúde, potenciando o desenvolvimento de um conjunto de comorbilidadades.

Por outro lado, existe evidência científica que demonstra, uma associação positiva entre a prática de actividade física e desportiva e o desempenho laboral. No entanto, mesmo sabendo da importância de uma prática regular, a população em geral tem vindo a adquirir hábitos de trabalho cada vez mais sedentários, sendo necessário o desenvolvimento de estratégias de promoção de atividade física junto dos trabalhadores.

Tendo em conta os estudos científicos desenvolvidos no âmbito da promoção de ambientes de trabalho seguros e saudáveis e a importância da integração de actividade física no contexto laboral, a Intelegere Business School tem promovido, junto das diversas organizações parceiras e em diferentes campanhas e iniciativas (Dia Mundial da Atividade Física, Dia Nacional do Desporto na Escola e “No Elevators Day”), a disseminação de mensagens, conteúdos, documentos, vídeos e infografias que promovem a prática desportiva e a redução do tempo sedentário.

Segundo As recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) incentivam os cidadãos adultos a acumularem entre 150 e 300 minutos por semana de atividade física aeróbia, com uma intensidade moderada, podendo, por exemplo, repartir 30 a 60 minutos por dia, durante 5 dias por semana.

Em alternativa, recomenda-se a realização de 75 a 150 minutos por semana de atividade física aeróbia, com uma intensidade vigorosa, ou uma combinação de ambas (intensidade moderada e vigorosa).

Recomenda-se, ainda, a realização de treino de força muscular 2 ou mais vezes por semana, com uma intensidade moderada ou vigorosa e que envolva os principais grupos musculares.

DICA: procure limitar o tempo passado em comportamento sedentário, para ajudar a reduzir os seus efeitos negativos sobre a saúde. Por outro lado, sempre que possível e de forma ajustada às suas características e limitações, aumente a duração e a intensidade de prática, de modo a obter mais benefícios para a sua saúde.

 

A IBS lança a iniciativa #pausaactivanotrabalho, que tem como objectivo promover a actividade física e reduzir o tempo passado em comportamento sedentário, tanto no local de trabalho, como em contexto de teletrabalho.

De forma a promover os objetivos referidos anteriormente, a #pausaactivanotrabalho disponibiliza informação técnica neste domínio e partilha um conjunto de vídeos, com a duração de 5 minutos, onde se apresentam sugestões de exercícios a realizar no contexto da atividade laboral. O conteúdo dos vídeos foi estruturado em três eixos principais:

• Exercícios de mobilidade exercícios que envolvem movimentos específicos de coordenação, agilidade e força que simulam atividades do dia a dia, favorecendo a melhoria da funcionalidade e da mobilidade;

• Exercícios de força exercícios que envolvem o peso do corpo, focados na melhoria da força e da resistência dos diferentes segmentos corporais;

• Exercícios de alongamento exercícios que têm como objetivo promover o alongamento dos diferentes grupos musculares, melhorando a amplitude dos movimentos.

 

Recomendações | Do ponto de vista prático, sugerimos que:

Realize os exercícios propostos de forma que não desenvolva dor durante a execução dos mesmos;

Realize os exercícios com uma intensidade leve a moderada, permitindo ativar as diferentes zonas corporais, diminuindo ainda o tempo passado em comportamento sedentário.

Antes de iniciar a Pausa #pausaactivanotrabalho. Antes de iniciar a sua pausa ativa, importa certificar-se que existem as condições necessárias para a realização dos exercícios em segurança:

• existência de espaço disponível (e.g. esticar os braços sem tocar em nenhum objeto; dar passos nas diferentes direções);

• existência de espaço na mesa de trabalho para poder apoiar-se na mesma, se necessário (se a mesa não for segura, poderá utilizar uma parede);

• utilizar calçado confortável e que não escorregue no chão (pode optar por realizar os exercícios descalço se o seu calçado não for o mais apropriado);

• realizar os exercícios até à amplitude que for possível, sem causar grande desconforto ou dor.

Durante a #pausaactivanotrabalho. Todos os vídeos têm uma duração de aproximadamente 5 minutos e cada exercício apresentado dura, em média, cerca de 30 segundos.

O objetivo é que seja realizado o maior número de repetições (mantendo um nível de intensidade leve a moderado), durante os 30 segundos correspondentes a cada exercício. Sempre que necessário, poderá interromper o exercício até que se sinta apta/o para continuar.

Poderá ser aumentada ou reduzida a intensidade dos exercícios, através da cadência de execução utilizada; o aumento do número de repetições realizadas implica, normalmente, uma maior intensidade. Importa realizar os mesmos de forma correta e conforme apresentado nos vídeos!

 

Se os exercícios apresentados forem demasiado difíceis, poderá optar por:

• Utilizar uma mesa, cadeira ou parede, como apoio para as mãos, evitando desequilíbrios;

• Variar a amplitude dos movimentos. Se, pelo contrário, pretender-se aumentar a dificuldade dos exercícios, poderá optar por:

• Diminuir os apoios em contacto com as superfícies;

• Variar a amplitude dos movimentos;

• Aumentar o número de repetições realizadas.

 

Nota: outras opções de exercícios poderão ser encontradas nos vídeos.

 

Respiração durante a execução - dicas importantes:

• Durante a execução dos exercícios, procure não bloquear a respiração;

• Inspire pelo nariz e expire pela boca;

• A execução pode ser realizada ao mesmo ritmo que a respiração.

 

 Dicas para evitar longos períodos em comportamento sedentário:

• Sempre que possível, interrompa os longos períodos passados na posição de sentado/a;

• Se possível, realize as videoconferências e chamadas em pé;

• Substitua o tempo sedentário por atividade física (incluindo exercícios de baixa intensidade);

• Se, após o horário de trabalho, não conseguir realizar a suas pausas ativas, poderá seguir as dicas e recomendações das páginas das redes sociais da #pausaactivanotrabalho.

• Aproveite as oportunidades para ser ativo e procure complementar a #pausaactivanotrabalho com atividades que possam contribuir para alcançar as Recomendações de Atividade Física.


POR: Aurio Sebastião

 

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ABSENTISMO VS PRESENTISMO

O que é o absentismo?

Quando os colaboradores estão habitualmente ausentes do trabalho sem uma boa razão, isso é absentismo. As ausências autorizadas – férias programadas e emergências familiares, por exemplo – não contam como absentismo. O absentismo é fácil de detetar porque os colaboradores não estão fisicamente presentes no ambiente de trabalho.

Porque é que o absentismo acontece?

Por vezes, o absentismo é o indicador de uma doença crónica não diagnosticada. Contudo, na maioria das vezes, o absentismo acontece por causa de:

  • Doença mental: De acordo com um recente estudo de acompanhamento de 12 meses do Instituto Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho dos EUA, a depressão é uma das principais causas de absentismo.
  • Bullying e/ou Mobbing: Os trabalhadores que sofrem assédio no trabalho podem evitar estar no local de trabalhar para escapar ao incómodo.
  • Desilusão: Quando os trabalhadores sentem-se desmotivados, subvalorizados, descontentes ou aborrecidos no local de trabalho.
  • Burnout: Sinónimo de esgotamento total relacionado ao trabalho, dá-se quando as pessoas se sentem estressadas e exaustas durante um longo período de tempo, muitas vezes vão-se abaixo, e consequentemente afastam-se do trabalho.
  • Cuidados dependentes: Os indivíduos que precisam de tomar conta de pais idosos, familiares deficientes e crianças têm por vezes de tirar um tempo extra de trabalho. Esta situação afecta principalmente as mulheres que por questões socioculturais acabam tem dupla ou múltipla responsabilidades domésticas e familiares.

  O que é o presentismo?

Consiste no facto de o funcionário comparecer no local de trabalho, mesmo estando doente; não cumprindo a totalidade das suas tarefas e/ou não as executando adequadamente. Contudo, trata-se de um fenómeno complexo e não apenas o oposto a se ausentar por doença. Quando os trabalhadores estão presentes mas não são produtivos, isso é presentismo. Em vez de completarem tarefas com eficiência, olham para o espaço, conversam, navegam na internet ou fazem longas pausas longe das suas secretárias. O presentismo é mais difícil de definir do que o absentismo: os empregados estão fisicamente presentes, mas estão mentalmente desvinculados.

A divulgação do conceito surgiu na década de 90, época com elevada taxa de desemprego/ diminuição do número de postos de trabalho, aumento dos contratos temporários e reestruturação pública e privada.

É mister proceder a avaliação diagnóstica da real situação na organização, através de recursos de ferramentas/instrumentos quantificadores (Work Limitations Questionnaire (WLQ)[1]; Stanford Presenteeism Scale (SPS-6)[2], de modo que seja possível delinear algumas estratégias que poderão atenuar o problema.

 Porque é que o presentismo acontece?

O presentismo é um fenómeno muito comum no local de trabalho – e também é comum quando os colaboradores trabalham remotamente. Pode ser difícil de quantificar, pelo que não é discutido tão frequentemente como o absentismo, mas é igualmente prevalecente. Algumas das principais razões para o presentismo incluem:

  • A falta de dias de doença: Se os colaboradores não tiverem - ou ficarem sem - dias de doença, podem ir trabalhar mesmo quando estão muito doentes.
  • Lealdade: Os indivíduos que se sentem incapazes de trabalhar por uma razão ou outra podem comparecer porque são leais a um gestor ou à empresa.
  • Escassez de pessoal: Colaboradores doentes ou incapacitados por qualquer outro motivo chegam por vezes para compensar a falta de pessoal.
  • Medo de perder o emprego: Quando estão preocupados com as repercussões da ausência, as pessoas apresentam-se ao trabalho mesmo quando não são capazes de se concentrar.
  • Sentem-se insubstituíveis: Quando os colaboradores tratam da maior parte do trabalho ou da responsabilidade nos seus departamentos, podem sentir-se incapazes de tirar algum tempo de folga - mesmo quando precisam genuinamente de o fazer.

 Como é que o absentismo e o presentismo afectam as organizações?

Tanto o absentismo como o presentismo causam problemas em qualquer organização. Quando os colaboradores não aparecem, os seus colegas têm de fazer um trabalho extra. Quando aparecem, mas não são capazes de se concentrar, cometem erros ou deixam tarefas por fazer. Em ambos os casos, a produtividade global cai e outras pessoas acabam por ter de compensar.

Em termos literais, tanto o absentismo como o presentismo conduzem a uma perda de receitas. Um inquérito de 2019 da Direct Health Solutions revelou que o absentismo aumentou em 1,5 dias para 11,2 dias por colaborador por ano em comparação com 2017, e calcula-se que tenha custado à economia australiana mais de 22 mil milhões de euros em salários e produtividade perdida. A investigação depende dos resultados dados por 104 associações em toda a Austrália, que no total empregam mais de 255 mil trabalhadores. Pediu-se aos inquiridos que fornecessem informações dependentes sobre todo o absentismo não planeado, incluindo licença pessoal, licença de compensação dos trabalhadores e licença não autorizada, remunerada e não remunerada.

O quadro de absentismo não é muito melhor noutras nações ocidentais. No Reino Unido, por exemplo, uma análise do Centro de Investigação Económica e Empresarial de 2017 estimou o custo económico total das ausências não autorizadas em 14,8 mil milhões de euros. De acordo com os especialistas do sector, este valor pode subir para 28,7 mil milhões de euros até 2030.

Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade que custam à economia global quase um trilhão de dólares. Duas novas publicações que visam abordar essa questão foram publicadas em 2022 - diretrizes da OMS sobre saúde mental no trabalho (WHO Guidelines on mental health at work) e uma nota conjunta da OMS/OIT.

Não tem havido muita investigação em grande escala sobre o custo financeiro do presentismo nos últimos anos, pelo que os custos dos tempos modernos são difíceis de identificar. Dadas as tendências crescentes de fatores de risco como a depressão, diabetes e outras condições de saúde no mundo desenvolvido, podemos assumir com segurança que o impacto financeiro do presentismo é agora maior do que era na viragem do século.

Como reduzir o absentismo e o presentismo?

Os valores diretos e indiretos associados à ausência e desatenção são consideráveis - principalmente para as pequenas e médias empresas. Quando os colaboradores reduzem o absentismo e o presentismo, colhem benefícios tangíveis. Estes incluem:

  • Redução das despesas relacionadas com o pessoal;
  • Aumento do moral do pessoal;
  • Mais produtividade;
  • Bom ambiente organizacional;
  • Comunicação eficiente;
  • Hábitos saudáveis;
  • Plano de carreira;
  • Política de reconhecimento.

 Então, como anular as ausências não autorizadas e reduzir o presentismo no local de trabalho?

A resposta é: um novo caminho para a produtividade - implica planear com antecedência, ouvir os colaboradores e prestar apoio. As soluções incluem:

  • Encorajar os colaboradores a recuperarem em casa. Quando os colaboradores recuperam em casa, acabam por custar menos aos seus empregadores. Não infetam os colegas e não produzem trabalho impreciso ou abaixo do aceitável que exija correções.
  • Rastreio pago de doenças comuns. Programas de rastreio de diabetes, cancro ou tensão arterial a nível da empresa podem ajudar a detetar problemas de saúde antes que se tornem tão graves que afetem a assiduidade.
  • Programas de apoio ocupacional. Os trabalhadores que recebem apoio para condições de saúde crónicas tendem a sentir-se mais positivos e produtivos do que aqueles que não recebem. Tanto a frequência como a atenção melhoram como resultado.
  • Opções de cuidados infantis. Os pais trabalhadores beneficiam esmagadoramente quando os seus empregadores lhes proporcionam opções de trabalho flexíveis. Medidas de trabalho a partir de casa ou soluções a tempo parcial ajudam a aumentar a produtividade.

Fonte: Travis Gibson, Commercial Manager, especializado em In-House Solutions, da Randstad

OMS e OIT pedem novas medidas para enfrentar os problemas de saúde mental no trabalho | International Labour Organization (ilo.org)

 Elaborado por:

Aurio Sebastião



[1] Work Limitations Questionnaire (WLQ): Esta escala foi desenvolvida para medir o presentismo e avaliar as limitações no trabalho. Ela aborda questões relacionadas à produtividade, tarefas incompletas e dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores devido a problemas de saúde ou outras condições médicas.

 

[2] Stanford Presenteeism Scale (SPS-6): A SPS-6 avalia o presentismo e as perdas de produtividade laboral através de dois fatores distintos: trabalho completado (TC) e distração evitada (DE). O primeiro factor incide nas causas físicas de presentismo e corresponde à quantidade de trabalho realizado sob efeito das causas de presentismo. O segundo fator prende-se com aspetos psicológicos e corresponde à quantidade de concentração mobilizada para produzir quando existe um efeito de presentismo. Cada fator inclui três itens avaliados numa escala de 5 pontos que varia de 1 (discordo totalmente) até 5 (concordo totalmente). Maior valor no score total de Presentismo e no TC e menor valor no DE significa melhor estado psicológico e menor impacto do presentismo na sua versão clássica, ou seja, estão presentes e apesar de doentes conseguem trabalhar eficazmente.

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Segurança e Saúde no Trabalho na era da Inteligência Artificial

 



 



SEGURANÇA NO TRABALHO - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

 

Uma das grandes premissas da última edição do Fórum Internacional de Segurança e Saúde no Trabalho que teve lugar no dia 25 de Abril de 2024 no HCTA - Hotel Centro de Convenções de Talatona em Luanda baseou-se na preocupação de todos nós, até porque nos encontrávamos na semana mundial da segurança e saúde no trabalho cujo expoente máximo se celebrou no dia 28 do corrente mês de Abril, encarando a Segurança e Saúde no Trabalho como algo muito sério para todos nós e  não aceitamos em qualquer circunstância, a perda de uma vida enquanto se está a trabalhar, pois  é moralmente e eticamente inaceitável.

Aliás e de acordo com a lei fundamental do Estado Angolano (CRA – artigo 76º), “Todo o trabalhador tem direito (…) à higiene e segurança no trabalho, nos termos da lei”.

Mas a segurança no contexto de trabalho não é apenas uma obrigação legal…É acima de tudo uma responsabilidade moral. Como sabemos, os acidentes laborais podem ter um custo incalculável em termos humanos, afetando a vida dos trabalhadores e seus familiares. Investir em medidas preventivas não só protege os trabalhadores, como também contribui para um ambiente de trabalho muito mais saudável e feliz, ganhando os trabalhadores, mas simultaneamente ganhando as empresas e o país como um todo.

Hoje as novas tecnologias da informação e da comunicação entraram definitivamente na vida profissional, mas também pessoal e familiar. Elas têm vantagens, desvantagens, novos perigos e riscos profissionais. Nesta diversidade de estímulos como é que lidamos com eles e qual a influência da inteligência artificial na segurança, saúde e higiene no trabalho? Será que estamos a dar o devido valor à VIDA, em todas as suas formas? E no local de trabalho, como ficamos?

Bem, primeiro de tudo vamos conceptualizar a inteligência artificial (IA): Existem muitas definições, resumindo podemos dizer que é a capacidade que uma máquina tem de imitar a maneira como o nosso cérebro processa as informações, servindo-se de um conjunto multipluridisciplinar de tecnologias e metodologias com recurso a hardware e software.

 

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Salário Emocional: O que é? Como Calculá-lo e Promovê-lo dentro da Tua Empresa

Elaborado por Aurio Sebastião, Msc. Ciências do Trabalho e Relações laborais

Por que as pessoas trabalham? A resposta mais óbvia, é claro, é pelo dinheiro. Mas, além da remuneração, existem também outros elementos que podem aumentar ou diminuir a satisfação de uma pessoa no trabalho e que fazem parte do seu "salário emocional".

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Vivemos uma época cada vez mais complexa e difícil de definir estratégias para motivação dos colaboradores em contextos organizacionais e não só. As relações de trabalho são cada vez menos determinadas apenas pelo fator salário, compensações e benefícios financeiros. Com a pandemia e seus efeitos no mundo do trabalho, há uma crescente preocupação em estudar e analisar, a nível das ciências das emoções, gestão do pessoal e do bem-estar dos trabalhadores, os aspectos não quantificáveis, no caso, o estado emocional das pessoas em contextos laborais, como forma de atrair e reter talentos e competências. 

Neste sentido, o salário emocional, surge como aquele que não aparece nas folhas de remuneração, nada tem haver com os benefícios ou prémios monetários, e são cada vez mais valorizados por parte daqueles que vendem ou cedem a sua força de trabalho e pelos empregadores preocupados com a qualidade do serviço prestado através da garantia da do bem-estar físico, social e emocional dos seus colaboradores.

Existem alguns estudos avançados, como da mexicana Marisa Elizundia, especialista em recursos humanos, que nos podem orientar neste sentido, como «horário flexível, o trabalho à distância ou teletrabalho, seguros de saúde, benefícios sociais em relação à educação dos filhos, espaços de lazer dentro das empresas, ajudas com pagamento de formação, entre outros benefícios, são exemplos das retribuições não financeiras que não aparecem na folha de vencimento, mas fazem parte do salário emocional».

O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) avalia o índice de bem-estar da população, defende a ideia de salário emocional como um complemento ao salário que é oferecido pela empresa, relacionado com aquilo que o dinheiro não pode comprar. Ou seja, falamos de salário emocional quando nos referirmos às vantagens que as empresas oferecem aos seus funcionários para melhorar os seus níveis de satisfação no trabalho, sem que isso signifique realmente um aumento salarial.

Havendo vários factores que, direta ou indiretamente, influenciam o bem-estar no trabalho, há dois que o e-konomista destaca como sendo de particular importância: o ambiente de trabalho e a atenção dada ao funcionário pela empresa. «Este tipo de salário reduz a rotatividade dos profissionais, aumenta a sua eficiência e é também um factor fundamental na retenção e captação de talentos.»

Surgi-nos uma questão fundamental, se o salário emocional não é quantificável, como podemos calcular, para devidamente se promover?

De acordo com o site, e-konmista, existem cinco aspectos a ter em conta no cálculo do salário emocional:

1.    Equilíbrio entre carreira profissional e vida familiar, o poder usufruir de um horário flexível para trabalhar, ou até executar as tarefas a partir de casa, permitindo mais disponibilidade para, por exemplo, acompanhar os filhos.  

2.    Compensações para além do salário, compensações que, ainda que não sejam monetárias, podem contribuir para o bem-estar dos colaboradores e até mesmo ajudá-los a poupar dinheiro na aquisição de serviços. Alguns exemplos: Seguros de saúde, inscrições em ginásios, creche, infantário ou atividades durante as férias escolares, formação profissional ou cheques-desconto são algumas das compensações que deve ter em conta ao calcular o seu salário emocional.  

3.    Progressão na carreira, oferecendo oportunidades reais de progressão de carreira, indo ao encontro das ambições dos colaboradores.  

4.    Formação contínua, elaborar um plano de formação contínua para melhorar as competências técnicas adequadas à função dos colaboradores e, por consequência, ter melhores condições de trabalho. Fomentar a aprendizagem de coisas novas que possam enriquecer os colaboradores também em termos pessoais é igualmente valorizado.  

5.    Bom ambiente de trabalho, acreditar na missão da empresa e todos partilharem da mesma cultura empresarial, faz com que sejam criados laços de confiança entre colegas e fazer parte de uma boa equipa de trabalho é um factor determinante para que os colaboradores se sintam realizados no seu emprego.

O mesmo site identifica-se ainda 10 formas de promover o salário emocional.

Uma imagem com interior, chão, pessoa, sala

Descrição gerada automaticamente

  • Facilidade de comunicação entre colaboradores e superiores;
  • Programas de desenvolvimento de carreira;
  • Actividades de team building;
  • Programas de lazer que incluam as famílias dos colaboradores;
  • Transparência em relação aos objetivos da empresa;
  • Flexibilidade na rotina organizacional;
  • Actividades em datas comemorativas;
  • Programas de formação;
  • Avaliações objectivas e directas;
  • Reconhecimento e feedback positivo.  

Um mundo competitivo, o salário emocional, para muitos mercados é definido como valor diferencial competitivo para atrair e reter os melhores quadros. Ignorar este factor fundamental é se colocar na traseira na gestão do desenvolvimento das competências individuais e organizacionais.

Concluímos que, embora o salário económico continua sendo a base dos vínculos laborais, é de todo imprescindível termos em conta outros componentes que influencia significativamente na atração e manutenção das relações de trabalhos e que não são passíveis de serem mensurados pela métrica financeira. É fundamental investir em ambientes de trabalho propiciem a valorização mútua e o crescimento profissional e pessoal dos trabalhadores, pois os resultados são seguramente enormes para empresa.

 

Fonte: Salário emocional: quando o dinheiro não é tudo (e-konomista.pt)

           Os 10 fatores que definem o ‘salário emocional’ - BBC News Brasil

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SÍNDROME DE BURNOUT: O QUE É, PRINCIPAIS SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO



síndrome de Burnout (ou Síndrome do esgotamento total) é um distúrbio psíquico causado pelos altos níveis de estresse e pelo estado emocional desequilibrado, desenvolvidos a partir de condições de trabalho desgastantes. Em outras palavras, a síndrome de Burnout é
causada por exaustão extrema (física ou mental) e estresse, e a principal causa da doença é o esgotamento profissional, ou seja, o 
excesso de trabalho.

 

Como surge a síndrome de Burnout

O distúrbio é mais comum em profissionais que atuam constantemente sob pressão, em longas jornadas de trabalho, em ambientes de competitividade ou de grande responsabilidade. Desta forma, a síndrome de Burnout acomete com mais frequência a médicos, professores, policiais, jornalistas e demais profissionais que enfrentam dupla jornada.

Alguns dados sugerem que, atualmente, aproximadamente 40% dos profissionais desenvolvem altos níveis de estresse. O profissional precisa demonstrar c
onstantemente um elevado grau de desempenho, e mede sua autoestima pela capacidade de sucesso e de alcançar conquistas. Há uma necessidade de se afirmar, de ser sempre o melhor. E a sua satisfação termina quando seu talento e desempenho não são reconhecidos.

Nestas condições, estes objetivos se transformam em compulsão, até que o organismo entre em colapso. A pessoa começa a sofrer com problemas psicológicos, desgaste físico e exaustão, e os sintomas começam a surgir por conta do acúmulo de tarefas, pressão, exigências e responsabilidades proporcionadas pela grande demanda de trabalho. Por isso, é tão importante que se combata a ideia de que os problemas profissionais são oriundos de falhas pessoais ou incapacidade, mas sim de um problema organizacional.

 

 Burnout x Estresse

É muito comum que as pessoas confundam a Síndrome de Burnout com o estresse. Na verdade, ocorre que os sintomas do estresse constante estão presentes na Síndrome de Burnout. Em outras palavras, a síndrome de Burnout é uma consequência do estresse crônico.

A principal característica da síndrome de Burnout é o estado de exaustão e tensão emocional desequilibrada, provocada por condições de trabalho física e emocionalmente desgastantes. O estresse, por sua vez, é uma reação do corpo a situações de ameaça. Trata-se de um “estado de alerta”, uma resposta biológica normal para nos proteger em momentos de risco.


Estágios da síndrome de Burnout

  • Dedicação intensa e descontrolada ao trabalho;
  • Descaso com as próprias necessidades pessoais, como dormir, comer ou sair com os amigos;
  • Fuga de conflitos: a pessoa percebe que as coisas não estão bem, mas não enfrenta os problemas. É neste estágio que começam a surgir as primeiras manifestações sintomáticas físicas;
  • Reinterpretação de valores: coisas como lazer, amigos, familiares e vida social começam a perder seu valor;
  • Negação dos problemas: a pessoa se nega a aceitar que tem problemas e começa a se afastar dos círculos sociais;
  • Recolhimento e aversão a socialização: a pessoa se recusa a comparecer a reuniões e evita diálogos, perdendo a vontade de sair de casa;
  • Despersonalização: há momentos em que a pessoa não se reconhece ou não tem controle sobre o que diz; surgem mudanças de comportamento e de humor;
  • Tristeza intensa: a pessoa começa a demonstrar traços de desesperança, exaustão e indiferença; a vida perde o sentido, cria-se a sensação de que tudo é complicado e desgastante;
  • Colapso físico e mental: é o estágio considerado de emergência e é preciso buscar ajuda médica e psicológica com urgência.

 

Quais são os principais sintomas da Síndrome de Burnout?

É importante ressaltar que os sintomas da síndrome de burnout surgem de forma leve. É por isso que, por muitas vezes, as pessoas acham que é algo passageiro e deixam de se preocupar. Porém, as manifestações sintomáticas tendem a evoluir e piorar com o passar dos dias. Muitas pessoas deixam de buscar ajuda médica por não associarem os sintomas ao distúrbio e acabam negligenciando sua condição, que pode ser mais séria. Eis os principais sinais:

  • Cansaço excessivo, físico e mental;
  • Dor de cabeça frequente;
  • Fadiga e dores musculares;
  • Pressão alta e alteração nos batimentos cardíacos.
  • Alterações no apetite: perda da fome ou compulsão alimentar;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Insônia e alterações no sono;
  • Dificuldades de concentração e memorização;
  • Sentimentos de fracasso, incompetência, desesperança, derrota e insegurança;
  • Negatividade constante;
  • Isolamento;
  • Alterações repentinas de humor.


Diagnóstico da síndrome de Burnout

O diagnóstico da síndrome de Burnout pode ser feita por profissionais especialistas. O psiquiatra e o psicólogo são os profissionais indicados para identificar o distúrbio e orientar a melhor forma de tratamento, caso a caso.

 

Como prevenir a síndrome de Burnout?

A melhor maneira de prevenir a síndrome de Burnout é evitar situações desgastantes no trabalho e praticar atividades que diminuam o estresse. Lembre-se que o desenvolvimento da síndrome está associado a esgotamento físico e mental, e condutas mais saudáveis contribuem para evitar a progressão do distúrbio.

Neste caso, pratique atividades físicas e de lazer, fora da rotina, e esteja com pessoas que gosta, sejam amigos ou familiares. Evite contato com pessoas e ambientes “negativos”, que lhe causem mal-estar. Evite também o consumo excessivo de bebida alcoólica, cigarros e outras drogas, pois elas agravam os sintomas. E principalmente: descanse bastante à noite, durma pelo menos 8 horas por dia. Lembre-se de que é fundamental manter o equilíbrio entre o trabalho, o lazer, a vida social, a família e as atividades físicas.

E por fim, nunca se automedique! Qualquer tratamento deve ser indicado pelo profissional de saúde adequado, e você só deve tomar medicamentos com prescrição médica.

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